Distúrbio cerebral causado por alteração temporária do aporte de sangue para uma área do cérebro, resultando em uma súbita e breve (inferior a 24 horas, normalmente menos do que 1 hora) diminuição das funções cerebrais.
O cérebro necessita de aproximadamente 20% do sangue que circula no corpo. O principal aporte de sangue é feito por meio de duas artérias do pescoço (artérias carótidas) que se ramificam no cérebro em múltiplas artérias e suprem áreas específicas do cérebro. Mesmo uma breve interrupção do fluxo sangüíneo pode causar uma redução na função cerebral (déficit neurológico). Os sintomas variam, dependendo da área do cérebro afetada, podendo apresentar problemas como alterações visuais, alterações na fala, deficiência sensorial ou motora em uma parte do corpo e alterações no nível de consciência. A redução do fluxo sangüíneo por mais de alguns segundos causa a destruição (enfartamento) das células cerebrais dessa área, com dano permanente ou até mesmo levando ao óbito. As causas principais da redução da circulação sangüínea em algumas áreas do cérebro são: fluxo sangüíneo reduzido (isquemia) e hemorragia.
O ataque isquêmico transitório (AIT, acidente vascular menor) é um sinal de sobrecarga nos mecanismos de segurança do corpo e indica a possibilidade de ocorrência de um acidente vascular cerebral. Cerca de 1/3 das pessoas acometidas por AIT têm posteriormente um acidente vascular cerebral. Entretanto, aproximadamente 80 a 90% das pessoas que sofreram derrame secundário à aterosclerose tiveram ataques isquêmicos transitórios antes do acidente vascular encefálico. Cerca de 1/3 das pessoas que sofreram uma ataque isquêmico transitório apresentarão episódios recorrentes da doença, enquanto 1/3 terá um único AIT. A idade em que pode se iniciar varia, mas a incidência aumenta significativamente depois dos 50 anos de idade. O AIT é mais comum entre homens e em afro-americanos.
O AIT é causado por um estado temporário de fluxo sangüíneo reduzido (isquemia) em uma área do cérebro, mais freqüentemente causado por pequenos coágulos de sangue (microembolia) que obstruem temporariamente essa área. As microembolias são causadas por placas ateroscleróticas nas artérias que levam o sangue ao cérebro. A aterosclerose (endurecimento das artérias) é uma condição em que se apresentam depósitos de gordura no revestimento interno das artérias. A placa aterosclerótica forma-se quando ocorre uma lesão no revestimento da artéria. As plaquetas acumulam-se ao redor da área lesionada, como uma parte normal do processo de coagulação e de restauração. O colesterol e outras gorduras acumulam-se nesse local da placa, formando uma massa no revestimento da artéria. Os coágulos (trombos) podem se formar no local da placa, em conseqüência da redução do fluxo de sangue nesse local. Os trombos podem obstruir os vasos sangüíneos cerebrais; fragmentos da placa ou de coágulos podem se desprender e migrar através da corrente sangüínea para locais distantes, formando um êmbolo que pode obstruir as artérias pequenas, causando AITs. As oclusões que duram mais do que alguns minutos usualmente causam acidente vascular cerebral.
Entre as causas menos comuns do AIT estão os distúrbios sangüíneos (policitemia, anemia falciforme e hiperviscosidade, síndromes resultantes de sangue espesso), espasmos das arteríolas cerebrais, anormalidades dos vasos sangüíneos causadas por distúrbios, como a displasia fibromuscular, inflamação das artérias (arterite, poliarterite, angiite granulomatosa), lúpus eritematoso sistêmico e sífilis. A hipotensão pode preciptar os sintomas em pessoas com lesão vascular pré-existente.
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